domingo, 9 de março de 2008

Ratos à procura de queijo


Todos nós procuramos aquele queijo especial, aquele que nos poderá trazer felicidade. Quando o encontramos entramos na rotina e acomodamo-nos, dando-o como garantido. Sentimo-nos seguros, tão seguros que por vezes a nossa confiança aumenta até à arrogância que nos cega e impede-nos de ver a própria mudança. Tudo corre bem até ao dia em que o nosso precioso queijo nos é retirado. Perdemos a cabeça, perguntamo-nos que de mal fizemos para merecer tal coisa ou culpamos os outros, afirmando que não é justo! Pois bem, “Quem mexeu no meu queijo?”, de S., Johnson veio mostrar-nos que em vez de complicarmos a nossa vida com determinadas atitudes, devemos encará-la de modo simples, sem complicações, ou seja, mesmo que algo de mau surja, o melhor método de ultrapassar a situação é rindo, rindo de nós próprios, de modo a superarmos erros passados e medos presentes para conseguirmos enfrentar o futuro. Todos sabemos que não é fácil encontrar grandes estações com amontoados de queijo no grande labirinto da vida, mas apesar de muitas vezes nos perdermos pelos caminhos, outras passagens encontraremos de certeza e descobriremos mais queijo, mesmo que não seja aquele que queríamos ou estaríamos à espera. Nesta trama entre homens e ratos, os ratos são simples e guiam-se pela intuição, enquanto os homens de cérebros complexos, apenas sabem complicar as situações. O segredo está em saber acompanhar o queijo e o problema é que quando surge uma situação de mudança, todos tentamos resistir porque temos medo dela. As poderosas convicções e emoções humanas mudam a forma como encaramos a vida - tornamo-la num verdadeiro desafio. E que tal fazer mesmo o que faríamos se não estivéssemos com medo? Os ratos não param para analisar a situação de perda e avançam rumo ao desconhecido sem medo. Não são apanhados de surpresa, porque prestam atenção às pequenas mudanças, ao contrário dos humanos que dão tudo por garantido e quando perdem o queijo ficam sempre na esperança que ele volte. Procuram, continuam procurando e, nada! Haviam feito imensos planos, pensavam que aquele queijo duraria a vida toda e agora sentiam-se frustrados porque ele tinha desaparecido. O certo é que quanto mais importância dermos a um queijo, mais dependentes estaremos dele. Temos de aceitar que por vezes as coisas mudam e já não voltam a ser as mesmas! Quando se muda aquilo em que se acredita, muda-se aquilo que se faz. Tudo depende daquilo em que escolhemos acreditar. Quando nos movemos para lá do nosso medo, sentimo-nos livres. Confiando nos nossos instintos básicos, adaptamo-nos com mais facilidade às situações. Existe sempre um queijo por aí, e embora a aventura seja divertida, é necessário termos algum respeito pelo receio, porque isso mantém-nos afastados do verdadeiro perigo.

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