terça-feira, 9 de outubro de 2007

"Black or white, we have all the same color when you turn of the light"

Seja qual for a cor da nossa pele, somos todos iguais quando se apagam as luzes, somos todos iguais a partir do momento em que fechamos os olhos e começamos a ver com o coração. O racismo, mais do que uma tendência de pensamento, é uma convicção alimentada por indivíduos que por possuírem determinadas características físicas, psicológicas ou efectuarem manifestações culturais diferentes, se acham superiores em relação aos outros que não possuem as mesmas características.
Em pleno século XX, políticos racistas mantiveram a população da África do Sul sob Apartheid. Todo o tipo de infra-estruturas e veículos públicos possuíam sinais de distinção para brancos e negros. A crença da existência de raças superiores e inferiores foi utilizada demasiadas vezes para justificar a escravidão, por exemplo, durante o tempo do Brasil colonial, o domínio de determinados povos por outros, o sangue derramado nos genocídios que ocorreram durante toda a história da humanidade, como por exemplo o caso dos judeus assombrados pelo nazismo (anti-semitismo). Da minha perspectiva ser racista é uma questão de educação, de compreensão e tolerância, desse modo conseguimos aceitar as diferenças do outro. Os pais muitas vezes influenciam os filhos, ainda crianças, nas suas convicções e valores futuros, afirmando que “os pretos são maus”, “os pretos roubam e matam”, “cuidado com os pretos, vê se eles te agarram”. Pessoalmente, choca-me passar pela rua e ver escrito nas paredes “morte aos pretos”. Temos que acabar com tudo isto rapidamente. Afinal, onde está a liberdade? Porque é que há esta necessidade de homogeneização? Até onde é que ela nos conduzirá? O racismo acabou por ser uma herança cultural, passada de pai para filho e assim sucessivamente, que se multiplica a cada minuto, mas que ninguém justifica. É de facto um problema a nível social, pois a sociedade é que inventou as “raças”. A teoria da superioridade racial, tal como a raça ariana de Hitler, foi ultrapassada com vários estudos científicos, os quais demonstram que os grupos humanos actuais são, na sua maioria, produto de mestiçagens. Então, se não existem raças, porquê a existência do racismo?
O preconceito, a discriminação, etc, são demonstrações de pura ignorância. Se todos somos iguais, porquê o elitismo social? Uma vez mais, porquê o racismo? Não é certo que todos temos direito à vida e todos somos um dia convocados à morte? Então? A vida é tão frágil e efémera e ainda assim o racismo persiste. Não é uma ilusão.
Na minha opinião, cada um deve fazer uma introspecção, tentar ver o mundo de outra perspectiva porque se o ser humano erra, todos sabemos que é verdade, mas também é verdade que ele é capaz de mudar e de se transcender.
Toda esta questão culminou na Declaração Universal dos Direitos do Homem, pena é que ainda muita gente não a entenda…Era bom que Martin Luther King ainda estivesse vivo para que pudesse continuar a lutar pelo seu sonho e o estendesse por todo o mundo, pois como disse no seu célebre discurso, pronunciado na escadaria do Monumento a Lincoln, em Washington, ouvido por mais de 250.000 pessoas de todas as etnias: «Agora é o tempo de sairmos do vale escuro e desolado para o iluminado caminho da justiça racial. Agora é tempo para retirar o nosso país das areias movediças da injustiça racial para a rocha sólida da fraternidade.» Concluindo, concordo plenamente com quem uma vez disse que: «O tiroteio à nossa volta quase não nos deixa ouvir. Mas a voz humana destaca-se de todos os outros sons. Sobrepõe-se aos ruídos que silenciam tudo o resto. Mesmo quando não grita. Mesmo quando não passa de um sussurro. O mais ténue dos sussurros sobrepõe-se ao clamor das armas quando fala verdade.»
Caso necessite de ajuda contacte: www.sosracismo.pt/


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