Mostrar mensagens com a etiqueta ser humano. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta ser humano. Mostrar todas as mensagens

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Somos feitos de pequenas grandes coisas

«Nós também somos "feitos" pelos livros que nos marcaram, pelos filmes que vimos e pelas músicas de que gostamos», assim como "somos aquilo que fazemos", pois todo o tipo de condutas influenciarão a nossa personalidade. Somos influenciados por todo o tipo de aprendizagens efectuadas e por todas as experiências passadas. Tudo na nossa vida deixa marcas, ainda que muitas somente a nível do inconsciente. Cada ser humano encontra-se inserido numa determinada sociedade e, por isso, produz e recebe cultura. Está em perpétua interacção com o meio, sendo por ela influenciado. Os grupos a que o indivíduo pertence denotam certas características próprias ao mesmo, como crenças ou gostos que todos têm em comum. Nascemos dotados de estruturas fisiológicas, contudo o meio tem um papel fulcral no desenvolvimento da nossa identidade. Actualmente, a considerada terceira revolução industrial, devido ao rápido avanço tecnológico, torna os mass media cada vez mais poderosos, dando acesso às massas a cada vez mais informação. Contudo, vejamos, se nós somos aquilo que lemos, aquilo que vemos e ouvimos diariamente, não devemos "consumir" qualquer coisa. É imprescindível que seleccionemos tudo aquilo que queremos para nós, aquilo que interessa que a nossa personalidade absorva realmente, dado que terá impacto em nós (positivo ou negativo, é um facto) e consequentemente, na nossa vida e na maneira como interagimos com os outros. Por exemplo: se em vez de lermos um bom livro, lermos revistas do género "cor-de-rosa" ligadas ao jet set. Poderei até radicalizar, afirmando que mudará o nosso futuro completamente. Tudo se trata de uma construcção progressiva de qualidades e interesses que se sobrepõem aos defeitos, formando aquilo que somos. Num mundo globalizado, temos, portanto, de ter consciência de que o mais importante é o lucro. E, com todo esse "lixo" informacional a circular, as pessoas devem manter-se atentas para não cair nas garras do capitalismo. Temos a liberdade de trilhar caminhos diferentes, mas talvez seja por causa disso que neste país existe uma alta percentagem de ignorância. Se modificássemos as nossas actividades diárias, nem que fosse pegar no dicionário uma vez por dia e aprender uma palavra nova! Se todos nós o fizéssemos, mudaríamos certamente a condição actual de Portugal. Já chega de esperar por D. Sebastião...chega de esperar sentado por um amanhã melhor, porque é do presente que se transforma o futuro! Que se faça cumprir Portugal com o nascimento do V Império, que por não ser material é indestrutível. Façam com que Fernando Pessoa dance de alegria dentro da tumba!

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

«O Homem nasceu livre e em toda a parte se encontra algemado», Rousseau.

Admitindo que a liberdade é a essência do ser humano, Rousseau afirma que «O Homem nasceu livre» e, «(...) em toda a parte se encontra algemado.», pois apesar de ser considerado à priori um "bom selvagem", o indivíduo é influenciado e corrompido pela sociedade desde a iniciação do seu processo de socialização, ou seja, desde a sua integração na comunidade à qual pertence, processo este que ocorre logo após o seu nascimento. Com a socialização, surgem as normas sociais que consistem na adopção de modelos de comportamento socialmente aceitáveis, pré-estabelecidos por um grupo específico de indivíduos , cujas acções podem ser efectuadas de modo consciente ou inconsciente. É certo que qualquer sujeito sentir-se-á pressionado a respeitar e a obedecer a esses padrões com o intuito de adaptar-se e ser aceite pela sociedade em geral, e, mesmo que não se importe ou queira desobedecer, terá de lidar com essa pressão que será sempre maior a qualquer desejo do indivíduo e, ou ele consegue suportá-la ou acabará por ceder e recalcar as suas ideias, consciente ou inconscientemente, de modo a poder integrar-se no meio social. Quando as mesmas normas são adoptadas por todos os indivíduos do mesmo grupo, extingue-se a capacidade crítica dos seus elementos, o que influenciará, efectivamente, a personalidade do indivíduo em particular, na medida em que, o impede , por parte, de construir a sua própria identidade. Assim, tornar-se-á num sujeito conformado com o mundo em que vive, aceitando tudo aquilo que lhe é dado ou imposto. Rousseau propõe-nos então, um mergulho introspectivo pela busca do nosso lado natural, do nosso lado selvagem, do nosso verdadeiro "eu", o "eu" que é livre, pois como já acima foi referido, acredita que o ser humano é originalmente bom e inocente, íntegro e primitivo. Pessoalmente, considero que, apesar de o Homem em toda a parte se encontrar algemado, literalmente ou não (pois também existem muitos povos subordinados a outros), ele próprio constitui um factor contribuinte para a sua prisão, devido a simples factores como, o medo de punição ou de não aceitação, ambição pelo poder e o ofuscar do dinheiro, a quase que incapacidade para amar o próximo que determinados seres humanos possuem, a ignorância, em vez de se preocuparem com as pequenas coisas que proporcionam-nos imenso prazer de viver, amar e respeitar tudo o que nos rodeia, não só as pessoas mas também o meio ambiente, conseguir agir para além do medo, porque a coragem é isso mesmo e procurar saber mais e mais, porque o saber não ocupa espaço, nunca é demais. E, se é verdade que a ignorância é uma bênção, não deixa de ser uma prisão. Uma pessoa ignorante é menos livre que uma outra que saiba a base das suas escolhas, pois tem menos espaço de manobra, menos capacidade de expressão. As pessoas inconformadas são objecto de crítica, marginalizadas muitas vezes, contudo estão na base da mudança social. São estas minorias que, resistindo à pressão social para o conformismo e obediência, conseguem estabelecer condições para o progresso, na medida em que influenciarão cada grupo existente em cada sociedade e, consequentemente, em todo o mundo.A verdade é que o mundo se tornou num lugar sombrio, devido às duas grandes guerras e à tensão que a ameaça de uma terceira provoca...e porquê?! Porque o homem decidiu tirar partido dos avanços tecnológicos para uma destruição em massa, para se auto-destruir.Vejamos também, por exemplo, a questão do progressivo alargamento do buraco do ozono que nos ameaça através do aquecimento global. De quem será a culpa? Do homem! Porque o homem abusa do meio ambiente, poluindo-o, e, como se ainda não bastasse, destrói florestas inteiras através do corte e abate de árvores, árvores estas que, como todos sabemos, nos providem de ar puro.Há que sublinhar pois, que a liberdade também implica respeito e responsabilidade. O homem não é livre porque se limita a si próprio e não pensa nas consequências dos seus actos. O caminho por onde está a seguir não terá retorno.Reconheço porém que ainda tenho esperança que o mundo mude, afinal, para a vida sentido é necessário acreditarmos nela. Lutemos por um mundo melhor, guiado pela razão, pelo respeito mútuo, pela felicidade universal!