domingo, 16 de março de 2008

Economia


Inicialmente, importa referir que a economia tem como essência a escassez, sendo esta uma insuficiência relativa dos bens que satisfazem as necessidades humanas, sejam eles, alimentos, roupas, etc. A escassez é o cerne da fenomenologia económica porque, do ponto de vista económico, numa situação de escassez, os bens são limitados relativamente aos desejos sociais, ou seja, as necessidades das pessoas são ilimitadas e os recursos físicos restritos, portanto, há que fazer um aproveitamento dos recursos disponíveis com o intuito de redistribuir melhor a riqueza, produzindo mais, rapidamente e de modo mais eficiente, de maneira a reduzir os custos e aumentar os lucros. A qualidade dos produtos é também tida em consideração, assim como, a adaptação ou adequação dos bens produzidos aos gostos do indivíduo em particular. Esta questão é de extrema importância, porque satisfazendo as necessidades de todos, proporcionamos-lhes felicidade e melhoramos a sua qualidade de vida, tornando-a mais prática e versátil. A escassez é refutada através do ponto de vista da inesgotabilidade da capacidade humana para produzir inovações tecnológicas e utilizar energias renováveis. No entanto, na minha opinião a escassez sempre existirá, porque as necessidades são subjectivas e estão sempre em mutação, por isso a economia deve acompanhá-las e até mesmo antecipá-las, mantendo sempre o ritmo. A sociedade de consumo alimenta-se a si mesma. É um ciclo vicioso devido à sensação de insatisfação permanente. Na verdade, não havendo escassez, não há economia. A escassez é que faz o mundo girar; é que faz com que nos levantemos todas as manhãs para trabalhar. A evolução do mundo depende da forma como nos empenhamos e gerimos os nossos recursos. Além disso, o objectivo da economia é o + ∞, e o infinito das coisas é sempre marcado pela aleatoriedade e, consequentemente, pela insegurança. A economia é um “jogo” que, apesar de ter um risco calculado, tem a tal dose de incerteza. É preciso arriscar. E embora haja o risco de perder, também há o de ganhar!

domingo, 9 de março de 2008

Ratos à procura de queijo


Todos nós procuramos aquele queijo especial, aquele que nos poderá trazer felicidade. Quando o encontramos entramos na rotina e acomodamo-nos, dando-o como garantido. Sentimo-nos seguros, tão seguros que por vezes a nossa confiança aumenta até à arrogância que nos cega e impede-nos de ver a própria mudança. Tudo corre bem até ao dia em que o nosso precioso queijo nos é retirado. Perdemos a cabeça, perguntamo-nos que de mal fizemos para merecer tal coisa ou culpamos os outros, afirmando que não é justo! Pois bem, “Quem mexeu no meu queijo?”, de S., Johnson veio mostrar-nos que em vez de complicarmos a nossa vida com determinadas atitudes, devemos encará-la de modo simples, sem complicações, ou seja, mesmo que algo de mau surja, o melhor método de ultrapassar a situação é rindo, rindo de nós próprios, de modo a superarmos erros passados e medos presentes para conseguirmos enfrentar o futuro. Todos sabemos que não é fácil encontrar grandes estações com amontoados de queijo no grande labirinto da vida, mas apesar de muitas vezes nos perdermos pelos caminhos, outras passagens encontraremos de certeza e descobriremos mais queijo, mesmo que não seja aquele que queríamos ou estaríamos à espera. Nesta trama entre homens e ratos, os ratos são simples e guiam-se pela intuição, enquanto os homens de cérebros complexos, apenas sabem complicar as situações. O segredo está em saber acompanhar o queijo e o problema é que quando surge uma situação de mudança, todos tentamos resistir porque temos medo dela. As poderosas convicções e emoções humanas mudam a forma como encaramos a vida - tornamo-la num verdadeiro desafio. E que tal fazer mesmo o que faríamos se não estivéssemos com medo? Os ratos não param para analisar a situação de perda e avançam rumo ao desconhecido sem medo. Não são apanhados de surpresa, porque prestam atenção às pequenas mudanças, ao contrário dos humanos que dão tudo por garantido e quando perdem o queijo ficam sempre na esperança que ele volte. Procuram, continuam procurando e, nada! Haviam feito imensos planos, pensavam que aquele queijo duraria a vida toda e agora sentiam-se frustrados porque ele tinha desaparecido. O certo é que quanto mais importância dermos a um queijo, mais dependentes estaremos dele. Temos de aceitar que por vezes as coisas mudam e já não voltam a ser as mesmas! Quando se muda aquilo em que se acredita, muda-se aquilo que se faz. Tudo depende daquilo em que escolhemos acreditar. Quando nos movemos para lá do nosso medo, sentimo-nos livres. Confiando nos nossos instintos básicos, adaptamo-nos com mais facilidade às situações. Existe sempre um queijo por aí, e embora a aventura seja divertida, é necessário termos algum respeito pelo receio, porque isso mantém-nos afastados do verdadeiro perigo.